A Raiva e o Barro
Paulinha ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Paulinha não podia porque ia sair com
sua mãe naquela manhã. Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o
seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do
prédio. Paulinha não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu
ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão
especial.
Ao regressar do passeio, Paulinha ficou
chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas
xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Paulinha
desabafou: "Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão”.
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão”.
Totalmente descontrolada Paulinha
queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.
Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:
Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:
- Filhinha, lembra daquele dia quando
você saiu com seu sapatinho novo todo branquinho e um carro, passando, jogou
lama em seu sapato? Ao chegar à sua casa você queria lavar imediatamente aquela
sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra do que a vovó falou? Ela
falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil
limpar.
- Pois é, minha filha! Com a raiva é a
mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver
tudo.
Paulinha não entendeu muito bem, mas
resolveu ir para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha Era
Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para
qualquer pergunta, ela foi falando:
- Paulinha, sabe aquele menino mau da
outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e
eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me
emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo
comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com
raiva de mim. Não foi minha culpa.
Não tem problema, disse Paulinha, minha
raiva já secou. E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto
para contar a história do sapato novo que havia sujado de barro.
Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para depois limpá-lo. Assim você não correrá o risco de cometer uma injustiça.
Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para depois limpá-lo. Assim você não correrá o risco de cometer uma injustiça.
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